Jornalistas assassinados em 1998
Manoel Leal de Oliveira (Janeiro), jornalista, proprietário do Jornal A Região da cidade de Itabuna, BA, foi assassinado no dia 14 na porta de casa com seis tiros. O jornal, nos últimos meses, fazia várias denúncias contra o atual prefeito de Itabuna. O assassinato continua sem qualquer esclarecimento. José Carlos Mesquita (Março), apresentador do programa de debates "Espaço Aberto" da TV Colina Verde, afiliada da CNT de Ouro Preto do Oeste, RO, foi assassinado quando saía da emissora por três pistoleiros. Há suspeitas de um crime político. A polícia local prendeu alguns suspeitos, mas até hoje o crime não foi esclarecido. Miguel Pereira de Melo (Novembro), repórter fotográfico do Correio do Tocantins, foi assassinado a bala no município de Marabá, PA. Ele fazia parte do rol de testemunhas de acusação das mortes de 19 sem-terras, pela Polícia Militar, em Eldorado dos Carajás (abril de 1996). O fato foi registrado na delegacia local como assalto. A polícia afirma não ter pistas do assassino.
Censura imposta por juízes à imprensa
O juiz Luiz Setembrino Von Holleben, de Ponta Grossa (PR), proibiu toda a imprensa local de noticiar a acusação de violência sexual da secretária Silvana de Lourdes Felipe contra o prefeito Joselito Canto. O juiz mandou apreender jornais e notificou a tv Cidade. Desde janeiro de 98 o Semanário de Aracajú (SE) está proibido pela Justiça local de noticiar qualquer fato sobre a dívida que uma empresa do ex-governador João Alves contraiu e não pagou ao Banco do Estado do Paraná. O jornal chega às bancas com uma tarja de "censurado".
Agressões e tentativas de homicídio
José Araújo de Santana e Sidney Leite, do Jornal da Cidade de Aracajú (SE), foram agredidos por Marcelo Santana (genro do ex-procurador geral do estado José Gomes de Andrade) e por Luiz Santana Filho quando registravam o incêndio em uma loja da cidade. Déa Jacobina, do semanário Cinform, foi agredida moral e fisicamente pelo prefeito de Estância (SE), José Nelson. Pressionada, nem prestou queixa na polícia. Edson Rodrigues, de A Gazeta, de Cuiabá (MT) foi agredido por servidores públicos, incluindo um médico do pronto socorro municipal. Cézar Gama, do Jornal da Manhã (SE), foi agredido por bandidos e chegou-se a pensar em atentado politico por causa das denúncias que fez contra o governador Albano Franco, porém mais tarde três homens foram presos e disseram que queriam apenas roubar.
Ameaças impedem trabalho da imprensa
João Batista Pereira, da Rádio Jacarandá de Eunápolis (BA), sofreu ameaças e foi perseguido por causa de denúncias contra politicos e policiais corruptos. Rui Zilnet Lima Barbosa, do Paraty News de Paraty (RJ) foi ameaçado de morte pelo vereador Antonio Porto Filho e vem recebendo retaliações e boicotes por parte da prefeitura e do grupo ligado a ela. Jeremias Macário, da sucursal de A Tarde em Vitória da Conquista (BA), sofre ameaças desde 97, quando denunciou arbitrariedades da policia local, chefiada pelo delegado Wilson Feitosa, que tentou impedir a matérias quando soube que seria publicada. Não conseguiu, e na mesma noite a sucursal foi invadida e os arquivos vasculhados. Pedro Antonio Ribeiro, do jornal O Rio Branco (AC), sofreu ameaças de morte depois de denunciar o esquadrão da morte que age na capital. Ronaldo Pacheco e José Luis Medeiros, do Diário de Cuiabá (MT) foram rendidos por um advogado fotografado por eles, sob a mira de um revóver, e tiveram que entregar o filme. Valdir de Castro Oliveira, do Circuito Notícias de Brumadinho (MG), sofreu ameaças de morte depois de publicar denúncias contra a prefeitura local. Uma CPI acabou cassando o mandato do prefeito.
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